revoluciomnibus.com      Música do Brasil de Cabo a Rabo









 


Lagoa da Canoa município de Arapiraca Alagoas e a música livre no mundo





                       MÚSICA DO BRASIL  DE  CABO A RABO  

                       O LIVRO DE PEDRA

INSTRUMENTISTAS & INSTRUMENTAL

Sinfonia Fantástica da condição do artista em país periférico abastardado



  1970





1970 1971

Natural Feelings e Seeds on the ground são os dois primeiros álbuns de Airto Moreira, em que Hermeto atua como arranjador e ao piano, cravo, flauta e violão. Foi também o compositor das faixas “Andei”, “Uri”, “Papo Furado”, “Juntos” e "Bebê"
Posteriormente a Buddah Records, que lançara os dois discos, assim como "Hermeto", de 1970, produzido por Airto Moreira e Flora Purim, reuniu-os no duplo LP The Essential AIRTO featuring FLORA PURIM & Special Friends - Hermeto, com tudo, Ron Carter ... 









O “BRAZILIAN JAZZ” NA DÉCADA DE 1980 NO EIXO RIO-SÃO PAULO    DEBORAH WEITERSCHAN LEVY  UFRJ  RIO DE JANEIRO  2016
contém um catadão supimpa do que se escreveu e disse
no Brasil sobre as explorações musicais de Hermeto Pascoal, com bibliografia:

Em 1969 [Hermeto] foi para os EUA a convite de Flora Purim e Airto Moreira, depois do recente sucesso com o Quarteto Novo (Hermeto Pascoal, Heraldo do Monte no violão e guitarra, Théo Barros no baixo e Airto Moreira na bateria e percussão).
Lima Neto (1999) avalia que os quatro anos que viveu nos EUA, entre 1969 e 1973, foram muito importantes no desenvolvimento e concepção do artista naquele momento: “A experiência nos E.U.A. parece ter tido de fato importância no desenvolvimento tanto da carreira como da concepção de Hermeto. Foi lá que a concepção e o lado experimental de Hermeto puderam aflorar mais totalmente. Misturando o "Gaio da roseira" de sua infância às experimentações aparentemente influenciadas pelo free jazz americano, em Seeds on the Ground, Hermeto foi pela primeira vez reconhecido internacionalmente.” (NETO, 1999, p.45)

A importância na concepção parece estar ligada a um atmosfera de liberdade que o favoreceu em ir além em seu universo musical, junto a um músico com o qual já tinha longos anos de parceria, Airto Moreira, e também com quem viria a se torna sua parceira, Flora Purim, nas gravações que fez nos álbuns de Airto, em “Natural Feelings” (1970) e “Seeds on the ground” (1971)30 e ainda, em “Hermeto” tendo Airto como percussionista. O contato com o Free Jazz lhe favoreceu no uso das rupturas da tonalidade e da métrica e outros fatores: “As características do free jazz, que serão aprofundadas no capítulo seguinte foram: a livre incursão na atonalidade; a dissolução do metro, do beat; a pesquisa com timbres e ruídos; a improvisação extásica e coletiva; a abolição da forma; etc. Hermeto assimilou alguns dos procedimentos relacionados acima, senão todos, na década de 70, quando viajou e morou nos E.U.A. Sem perder no entanto, as referências da música brasileira e da música nordestina de sua infância especialmente, Hermeto parece ter encontrado no efervescente mundo do jazz americano experimental, um território onde pôde desenvolver sua própria linguagem.” (NETO, 1999, p.28). A importância no desenvolvimento se refere ao reconhecimento por parte dos músicos de jazz.
Em “Hermeto”, lançado em 1971, gravou com jazzistas consagrados, como Gil Evans, Joe Farrell, Hubert Laws e Ron Carter, entre outros, dado seu já conhecido prestígio. E ainda, na experiência com Miles Davis em “Live, Evil" (1972), onde o trompetista gravou duas músicas de sua autoria, não reconhecidas no LP. Depois dessas experiências, Hermeto lançou “A Música Livre de Hermeto Pascoal” no Brasil (1973), onde se consolidou no mercado interno com seu primeiro grupo.

Em matéria que data de 1978 no JB, o crítico Octávio Brito faz uma avaliação do resultado do álbum de Hermeto ao lado do de Milton Nascimento, que também havia gravado recentemente com músicos de jazz norteamericanos: “Quando músicos de duas culturas diferentes, tais como a brasileira e a americana, se reúnem para dar uma declaração musical nova, as perspectivas revelam-se sempre originais e até mesmo surpreendentes. Os referidos discos transmitem um sentido de fusão, mas considerando os músicos envolvidos e os resultados obtidos, o somatório só podia ser excelente.” A primeira coisa que se percebe e que pode ser dita de “Slaves Mass" é que ele é um álbum fora de qualquer padrão, e principalmente, fora dos padrões da indústria cultural. Depois do impacto, pode-se observar que Hermeto encontra-se no seu momento de maior liberdade criativa, onde mescla sua total liberdade improvisativa, com a apresentação de temas, sem preocupações formais. “Favorecendo a prática, e não a teoria, na sua rotina musical, Hermeto alcançou um nível criativo em que a improvisação tornou-se muito próxima da composição, ao mesmo tempo fluente, em tempo real e com extraordinária riqueza de ideias.” (BORÉM-ARAÚJO 2010, p.35). Num nível mais profundo de escuta, pode-se notar importantes hibridações. Para citar a primeira, destaca-se a aplicação de compassos de numerador ímpar alterando a rítmica característica do samba 32 , bem como a intercalação de compassos ímpares de maneira experimental, que denotam a busca de uma rítmica hibridizada, própria de Hermeto, subvertendo a rítmica de gêneros brasileiros. A utilização de sequências harmônicas modais, semelhantes às usadas em temas jazzísticos norte-americanos, com sequências de acordes de mesma qualidade (menores, diminutos, meio-diminutos, dominantes) mudando em movimentos cromáticos ou em outros padrões de intervalos. Citações melódicas de trechos de temas ou improvisos de jazz, bem como a utilização da linguagem jazzística contemporânea em improvisações. A utilização do clavinete (instrumento muito usado na black music) e do recorder (instrumento renascentista/barroco). Soma-se a isso tudo a utilização de sons de animais, gritos humanos, falas, risadas, sussurros, sons do cotidiano e outros que são usados para recriar atmosferas, recursos próprios da concepção sonora de Hermeto do mundo.
A definição da concepção de Hermeto Pascoal de Lima Neto pode ser precisamente percebida em “Slaves Mass": “A maneira como elementos da linguagem popular brasileira e nordestina (modalismo, instrumentação com sonoridade regional), combinam- se com elementos do jazz (rearmonizações dissonantes) e free jazz (aleatorismo, atonalismo) americanos. O uso de sons de animais como galos e galinhas "afinados com os instrumentos", por sua vez constitui uma assinatura estilística de Hermeto, somando-se aos outros sons de animais já utilizados pelo compositor alagoano.”(LIMA NETO, 1999, p.22). Em “Chorinho pra ele” a rítmica da parte C, onde Hermeto apresenta uma sequencia de frases construídas sobre harmonia modal em fusas, é mais um aspecto inovador de “Slaves Mass”. Interessante observar que, mesmo com a dificuldade técnica que essa parte apresenta, “Chorinho pra ele” tem sido uma música executada e difundida no repertório do “Brazilian Jazz” em todo o mundo.
O sucesso da música na ocasião contribuiu de forma importante para o resgate do gênero, como observa Calado em entrevista ao programa “O som do Vinil” da TV Brasil: “‘Chorinho pra ele’ eu diria assim que é quase um hino pra quem tava (sic) envolvido com música, fosse estudante, ou fosse até… músico profissional, naquele momento, nesse momento meados dos anos 70. Quer dizer, foi uma música que assim, você via no repertório de muita gente e tal, e acho que de certo modo contribuiu assim (sic), o Hermeto, por um lado, também não podemos esquecer, de uma certa maneira o Paulo Moura por outro, pra de certo modo, assim, uma revalorização do choro”. O sucesso de “Chorinho pra ele” contribuiu certamente para uma visão flexível com relação ao gênero, como sendo um gênero também passível de transformações. Perguntado na entrevista sobre o disco, Hermeto responde:“Não é qualquer um também que faz um trabalho nos EUA, modéstia a parte como eu fiz, fiz os dois trabalhos, e… como eu quis, sem nada de concessão, eu fiz tudo como eu quis, não paguei nada pra ninguém, me (sic) pagaram pra mim fazer, e, dizer pra você que eu fiz esse trabalho nos EUA, é uma coisa, foi uma coisa que fez a explosão da minha carreira como músico”.
Hermeto, com “Slaves Mass", derruba uma fronteira nunca antes rompida no Brasil. Se inscreve na discografia mundial dos artistas geniais e mediante o reconhecimento internacional instaura uma liberdade ainda não experimentada, nunca antes permitida na música brasileira naqueles anos finais de uma década que passou buscando essa liberdade, tanto no rock, quanto no jazz ou no campo erudito. Dessa forma, Hermeto se torna a referência para as novas gerações de músicos brasileiros, que agora iriam buscar suas novas linguagens, já sabendo que foi permitido, no seio da indústria fonográfica brasileira, fazer tudo isso que Hermeto já havia feito. 33 Hermeto Pascoal em entrevista concedida ao programa “O som do vinil”, apresentado por Charles Gavin, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fjN2O3w8Zlc. Acessado em: 20/02/2016.

do jazz, mas que, “antropofágico”, vai além e “liquida todas as informações sonoras atuais”, partindo do “mais descabelado free até a musica nordestina”. Por fim, classifica-o como “autêntico inventor vocal”. Na visão do jornalista brasileiro, nesse momento, Hermeto Pascoal, um multiinstrumentista brasileiro, nascido em Olho d´Água e criado em Lagoa da Canoa, na época município de Arapiraca, estado de Alagoas, em 22 de junho de 1936, não só pertence ao campo do jazz como é uma autoridade consagrada dentro dele, com distinção de autenticidade.

A prova disso foi dada pelo prodigioso "Bruxo do Som", Hermeto Paschoal - autêntica síntese da maratona musical acontecida no Anhembi. Deliciosamente antropofágico, liquidificando todas as informações sonoras atuais, Hermeto partiu do mais descabelado free até a música nordestina, provando que os autênticos inventores vocais são aqueles que batalham para a criação da música do futuro.” E.Neves para a revista Pop Nº.73, disponível em: http://www.clubedejazz.com.br/noticias/noticia.php?noticia_id=695. Acessado em 02/03/2016.
E.Neves estando para Ezequiel Neves

Hermeto, Flora, Airto. Egberto Gismonti e Naná Vasconcelos gravaram nos EUA com os nomes mais consagrados em todas as instâncias do jazz, como Miles Davis, e com representantes da nova geração, como Chick Corea, Herbie Hancock, Ron Carter, et al

Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti rompiam as barreiras do discurso nacionalista, hibridizando elementos diversos e ilimitados da música brasileira, contemporânea e do jazz, abrindo novos caminhos

BOREM, Fausto e ARAUJO. Fabiano. Hermeto Pascoal: Experiência de vida e a formação de sua linguagem harmônica. In: PER MUSI – Revista Acadêmica de Música – n.22, p. 239, jul. - dez., 2010

CORTES, Almir. Brazilian styles and jazz elements: Hybridization in the music of Hermeto Pascoal. In: Latin American Music Center’s Fiftieth Anniversary Conference “Cultural Counterpoints: Examining the Musical Interactions between the U.S. and Latin America.” Universidade Indiana, Bloomington, 2011.

LIMA-NETO, Luiz Costa. A música experimental de Hermeto Pascoal e Grupo (1981 – 1993): concepção e linguagem. Universidade do Rio de Janeiro. Mestrado em Música Brasileira. Rio de Janeiro, 1999.



1970





filme Une infinie musique de Ariel de Bigault 1986




1973


                                  Hermeto Paschoal  Nenê (piano/bateria) Alberto (baixo) Anunciação (bateria/percussão) Mazinho (sax) Bola (sax/flauta)






O “BRAZILIAN JAZZ” NA DÉCADA DE 1980 NO EIXO RIO-SÃO PAULO    DEBORAH WEITERSCHAN LEVY
RIO DE JANEIRO, 2016



1967


Quarteto Novo - Airto Moreira  Hermeto Pascoal  Theo de Barros  Heraldo do Monte



1968
com Quarteto Novo

 






2.2 “Slaves Mass" e a música livre de Hermeto Pascoal


A entrada do grupo fonográfico norte americano WEA Records (Warner, Elektra e Atlantic) no mercado brasileiro em junho de 1976 se deu com o lançamento dos discos “Slaves Mass”, de Hermeto Paschoal, e “Urubú" de Tom Jobim, ambos gravados em Los Angeles.e
Hermeto Pascoal: piano acústico e elétrico Fender Rhodes, recorder, clavinete, melódica, sax soprano, flauta, violão e violão de 12 cordas
Créditos de gravação do álbum Slaves Mass: Raul de Souza Trombone David Amaro guitarra Ron Carter baixo Alphonso Johnson baixo na faixa 1 Airto Moreira bateria, percussão e efeitos com porcos na faixa 2 Chester Thompson bateria, Flora Purim vocais nas faixas 2 e 4 Hugo Fattoruso, Raul de Souza, Laudir de Oliveira e Airto Moreira vocais na faixa 4 produção: Airto Moreira e Flora Purim


1979

Cacau (flauta/saxofone/clarinete) Zabelê (violão/percussão/voz) Nenê (bateria) Jovino Santos (teclados) Itiberê (baixo)






1970

Miles Davis  Live Evil



1969



1964





1956
Hermeto Paschoal toca sanfona em duas faixas



1977
Fagner Orós



  1976






1978
Robertinho de Recife  No Passo



1965




1976

1976


No Brasil, o objeto desse estudo é mais reconhecido pelo termo “música instrumental brasileira”. Brazilian jazz, ou jazz brasileiro são termos para os quais não há um consenso no país. Para Zuza Homem de Mello “o termo Brazilian Jazz é muito apropriado, porque, na verdade, ao contrário da maioria dos países do mundo, o jazz brasileiro é música brasileira”

No final da década de 1960 alguns músicos levaram a música brasileira, instrumental e vocal, para estrear em Festivais de jazz europeus e gravações nos Estados Unidos, exportando a vanguarda do “Brazilian jazz”. Airto Moreira, Flora Purim, Hermeto Pascoal, e Egberto Gismonti foram os que diretamente ligados a esse movimento internacional de hibridação da musica brasileira com o jazz livre e experimental que se difundia nos EUA e na Europa. Durante a década de 1970, a música popular brasileira contemporânea, como foi também chamada nesse período, se enriquece de experimentalismos, tangendo diferentes linguagens, se diferenciando de correntes anteriores como a bossa nova e o bebop, se aproximando de elementos nacionalistas e buscando uma nova expressão

O “BRAZILIAN JAZZ” NA DÉCADA DE 1980 NO EIXO RIO-SÃO PAULO    DEBORAH WEITERSCHAN LEVY RIO DE JANEIRO, 2016







Hermeto foi na cozinha pra pegar o instrumental    
Do facão à colherinha tudo é coisa musical         
Trouxe concha e escumadeira, ralador, colher de pau
Barril, terrina e peneira, tudo é coisa musical    

             Chá de panela  Guinga-Aldir Blanc     




HERMETO PASCOAL AO VIVO EM ROMA EM 1984 EM RELATO DE "A TRISTE E BELA SAGA DOS BRASILIANOS" DE JAMES ANHANGUERA

HERMETO PASCOAL NO FESTIVAL DE MUSICA BRASILEIRA DA ESTATE ROMANA

Para Roma de todos os sambas, como poderia ser chamado o evento brasiliano deste ano, tudo bem. Não poderia haver cenário mais apropriado que o Foro Itálico, melhor ainda a cabeceira da Curva Sud do Estádio Olímpico, para tornar mais vibrante o abraço entre as duas capitais do futebol... e do samba. Dá para imaginar que a festa teria sido muito maior se a Roma tivesse conquistado a Copa dos Campeões mas ainda assim foi bárbaro ver o vasto recinto cheio ao longo de uma semana numa série de shows explosivos. Explosivos até demais. A maior parte do público desconhecia por completo os músicos e cantores escalados e esperava mesmo era por shows de música primitiva e exótica dos trópicos. Muita gente que pagou para ver Hermeto Paschoal fugiu quando viu o bruxo albino explorando sem medo toda a gramática de sons. Entre os que resistiram houve quem no final ainda pedisse samba... Mestre Hermeto apresentou todos os músicos, menos ele. Eles estão dizendo que está faltando eu, mas não está faltando eu não; está faltando nós! Está faltando nós! - conclamou o público ignaro do idioma e, por tabela, embasbacado. Vocês querem samba? Então a gente vai tocar samba. Mas samba moderno! E com Itiberê na tuba e o resto do pessoal na percussão foi de samba do tempo de Donga descendo o palco e chamando o público para pular atrás da bandinha, fazendo da festa uma noite de São Hermeto.
O show de abertura esteve a cargo de Djavan e sua banda Sururu de Capote.

 capa do ebook epub La triste e bella saga dei brasiliani de James Anhanguera 

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INSTRUMENTISTAS & INSTRUMENTAL

   Sinfonia Fantástica da condição do artista em país periférico abastardado

quando as regras do sistema de showbizz tupiniquim, como se dizia há um tempo, são as de que músico é sobretudo acompanhante de cantor-starlet



   Hermeto Pascoal 


MÚSICA DO BRASIL  DE  CABO A RABO  

O LIVRO DE PEDRA

INSTRUMENTISTAS & INSTRUMENTAL

Sinfonia Fantástica da condição do artista em país periférico abastardado

sax terror

Publicado em Lisboa em 1978, CORAÇÔES FUTURISTAS abre sintomaticamente com o capítulo CENSURA/PRECONCEITO e episódios da vida de artista num país periférico abastardado com Alaíde Costa, Jards Macalé,  Sirlan, Luiz Conzaga Jr., Chico Buarque/Julinho da Adelaide, João da Baiana, Donga, Pixinguinha, Cartola, Nelson Cavaquinho, Valzinho, Pedro Caetano, Mano Décio da Viola, Luli e Lucina, Naná Vasconcelos, Hermeto Pascoal, Airto Moreira, Batatinha, Joyce, Milton Nascimento e André Midani (no papel de manager retado).

quando as regras do sistema de showbizz tupiniquim, como se dizia há um tempo, são as de que músico é sobretudo acompanhante de cantor-starlet

"fragmentos de brilhante - colagem de belezas & tristezas do Brasil e da MPB", James Anhanguera, Lisboa, 1979

VIDA DE ARTISTA
sobre ARTISTA BRASILEIRO CRIATIVO E NÃO DE MERCADO FACE AO MERCADO CULTURAL DO BRASIL PAÍS PERIFÉRICO:

Hermeto Pascoal (com até então só 3 LPs individuais) diz a Gilbert Medam in Jazz Hot nº 359, Paris,
março de 1979, que não grava mais "porque não aceito as condições das gravadoras brasileiras. Nos
EUA somos mais livres, mas eu não vou lá muito, não. Não gosto de me ausentar por muito tempo do
Brasil. Eu queria que o Brasil fosse também um centro de atração."

O pouco caso em relação ao proletariedado e subproletariado ou classe operária ou lumpen da música brasileira é um espelho do seu país justamente num setor em que ele conquistou e manteve por cerca de um século uma reputação de gigante por conta da riqueza de sua música e o know-how de pronto exibido por compositores e instrumentistas em performance proporcionada por estudo dedicado e criando por si mesmo uma cultura superior graças ao amor geral pela música.
O Brasil chegou a ser o sétimo maior mercado de discos mundial nas décadas de 1970 e 1980 e o parque de locais de diversão é muito grande, apesar das limitações gerais, pelo que os bons nunca morrem de fome. Mas em que condições se trabalha e que retorno é dado em termos de repercussão e prestígio a uma enorme massa de muito bons, excelentes músicos que o Brasil produz apesar de não dar a mínima para atrair a população para a prática musical.
Quando a MPB, que engloba vários gêneros, estoura outra vez no mundo nos anos 1970 o panorama do mercado musical brasileiro é caracterizado pela mesma péssima distribuição de renda do resto do país e é obrigatória a exibição nas capas e nos selos dos discos da expressão DISCO É CULTURA mas isso não quer dizer nada.

 A condição do artista em país periférico abastardado SEM FICHA TÉCNICA - porque DISCO É CULTURA mas quase sempre SEM FICHA TÉCNICA 
se expõe mesmo em artistas muuuito criativos de bastante projeção como Paulo Moura e Hermeto Pascoal (apenas dois exemplos), cujas artes refletem 

MEIOS
MODOS         e relações de
ESTILOS       produção                 e são também expressão do sistema de showbizz tupiniquim em que o instrumentista coadjuvante é também a primeira vítima de falta de FICHA TÉCNICA, o B.O. e outdoor do artista, num país sem método e sem memória e em que a grande maioria dos músicos nunca conheceu direitos correlatos.
A cena artística brasileira tem uma faceta muito marcada de mundo cão mas ainda assim se faz som e com ele se sobrevive.

MÚSICA DO BRASIL  DE  CABO A RABO contém um índice onomástico de mais de quatro mil entradas de gente digna de figurar num elenco de criadores de música brasileira, pouquíssimos devidamente reconhecidos e remunerados - de alguma maneira - em vida e menos ainda à posteriori, porque também aqui no Brasil há um sinistro véu de desconhecimento e/ou esquecimento ou vice-versa.

MÚSICA DO BRASIL  DE  CABO A RABO
INSTRUMENTISTAS & INSTRUMENTAL

Sinfonia Fantástica da condição do artista em país periférico abastardado

é só mais um canal de projeção de sua luz e seu som, uma dádiva




MÚSICA DO BRASIL DE CABO A RABO

    ciberzine         http://revoluciomnibus.com/LOGO.jpg& narrativas de james anhanguera




Música  do Brasil de Cabo a Rabo é um livro com a súmula de 50 anos de estudos de James Anhanguera no Brasil e na América do Sul, Europa e África. Mas é também um projeto multimídia baseado na montagem de um banco de dados com links para múltiplos domínios com o melhor conteúdo sobre o tema e bossas mais novas e afins. Aguarde. E de quebra informe-se sobre o conteúdo e leia trechos do livro Música do Brasil de Cabo a Rabo, compilado a partir do banco de dados de James Anhanguera.

MÚSICA DO BRASIL DE CABO A  RABO

Você já deve ter visto, lido ou ouvido falar de muita história da música brasileira da capo  a coda, mas nunca viu, leu ou ouviu falar de uma como esta. Todas as histórias limitam-se à matéria e ao universo musical estrito em que se originam, quando se sabe que música se origina e fala de tudo. Por que não falar de tudo o que a influenciade que ela fala sobretudo quando a música  popular brasileira tem sido quase sempre um dos melhores veículos de informação no  Brasil? Sem se limitar a dicas sobre formas musicais, biografia dos criadores  e títulos de   maior destaque. Revolvendo todo o terreno em que germinou, o seu mundo e o mundo do  seu tempo, a cada tempo, como fenômeno que ultrapassa - e como - o fato musical em si. 

Destacando sua moldura
      
nessa janela sozinho olhar a cidade me acalma

dando-lhe enquadramento
           
estrela vulgar a vagar, rio e também posso chorar

histórico, social, cultural e pessoal.
  Esta é também a história de um aprendizado e vivência pessoal.

De um trabalho que começou há mais de meio século por mera paixão infanto-juvenil, tornou- se matéria de estudo
e reflexão quando no exterior, qual Gonçalves Dias, o assunto era um meio de estar perto e conhecer melhor a própria
terra distante e por isso até mais atraente.
     E que como começou continuou focado em cada detalhe por paixão.                                                             CONTINUA AQUI


CORAÇÕES FUTURISTAS nunc et semper AQUI


MÚSICA DO BRASIL  DE  CABO A RABO
MÚSICA DO BRASIL
 DE  CABO A RABO

                                                   ÍNDICE DOS CAPÍTULOS 
capítulos, seções de capítulos com trechos acessíveis a partir dos títulos, em azul DeLink


     O LIVRO DA SELVA

    Productos Tropicaes E Abertura em Tom Menor

    1. O BRASIL COLONIZADO
        raízes & influências Colônia e Império 
  

       1. A  Um Índio   1. B Pai Grande    1.C  Um Fado 

       2. TUPY NOT TUPY formação de ritmos e estilos urbanos suburbanos e rurais
                                                Rio sec. 19-sec. 20 - Das senzalas às escolas de samba

    Os Cantores Do Rádio   ESTreLa SoBE 

  CARMEN MIRANDA DE CABO A RABO

  fenômeno da cultura de massa do século XX                  

  4. BOSSA NOVA do Brasil ao mundo

    Antonio-Carlos-Jobim-Tom-Jobim .html 

Johnny Alf
 
Wanda Sá

5. BOSSA MAIS NOVA o Brasil no mundo 
6.
TROPICALIA TRIPS CÁLIDOS    e a manhã tropical se inicia


Detalhe de cenário de Rubens Gershman para montagem de O Rei da Vela, Teatro Oficina, 1967

 O LIVRO DE PEDRA

  PARA LENNON & McCARTNEY 
  VIDA DE ARTISTA crise e preconceito = inguinorãça
  CAETANO VELOSO

  EDU LOBO
  GILBERTO GIL
  CENSURA: não tem discussão. Não            
 
POE SIA E MÚSICA POPULAR BRASILEIRA
  Milton Nascimento
 
O SOM É MINAS: OS MIL TONS DO PLANETA    
  MARIA TRÊS FILHOS

  (SEMPRE) NOVOS BAIANOS        
  NORDESTONTEM NORDESTHOJE

 
RIO &TAMBÉM POSSO CHORAR  
      Gal Costa Jards Macalé Waly Sailormoon Torquato Neto  Lanny Maria Bethânia
  Conversa de Botequim
  FILHOS DE HEITOR VILLA-LOBOS
 
INSTRUMENTISTAS & INSTRUMENTAL Sax Terror
       
HERMETO PASCOAL
        PAULO MOURA     
  SAMBA(S)
BLEQUE RIO UM OUTRO SAMBA DE BREQUE        
  FEMININA

  MULHERES & HOMENS NO EXÍLIO o bêbado exilado & a liberdade equilibrista
  ANGOLA          
  ROCK MADE IN BRAZIL ou
 Quando a rapeize solta a franga

  LIRA PAULISTANA            
  CULTURA DA BROA DE MILHO

  LAMBADA  BREGANEJO AXÉ E SAMBAGODE
 
RIO FUNK HIP SAMPA HOP E DÁ-LE MANGUE BITE RAPEMBOLADA
  DRUM’N’BOWSSA            
  CHORO SEMPRE CHORO     
  INSTRUMENTISTAS
 & INSTRUMENTAL II   SAX TERROR  NA NOVA ERA
  ECOS E REVERBERAÇÕES DO SÉCULO DAS CANÇÕES
  
  DE PELO TELEFONE A PELA INTERNET

   MÚSICA DO BRASIL em  A triste e bela saga dos brasilianos
  
MÚSICA DO BRASIL  em ERA UMA VEZ A REVOLUÇÃO      

 

Elifas Andreato: capa do LP Confusão Urbana Suburbana e Rural de Paulo Moura


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MAPA DA MINA MAPPA DELLA MINIERA

meio século
de psicodelia
e bossa nona

bossa nova
The Beat
Goes ON

a fome
no mundo e
os canibais


as ditas
moles e as
ditaduras


Brasil de
Caminha a
Lula da
Silva

Brasil
a bossa e a
boçalidade

Miconésia
no Pindaibal

Brasil e
A
mer ica
Latina

  contracultura









história
do uso das
drogas

aldous
huxley

henry david
thoreau

ERA UMA VEZ
A
REVOLUÇÃO


poP!

Notícias
do
Tiroteio


Lusáfrica
brasileira

parangopipas
Maio de 68
 50 do 25 Rumo à
Estação Oriente

A triste
e bela saga
dos brasilianos

La triste
e bella saga
dei brasiliani


Deus e o
Diabo na Terra
da Seca

Música do
Brasil de Cabo
a Rabo

Maionese
a consciência
cósmica


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                                                                                                     acesse a íntegra ou trechos de livros de james anhanguera online a partir     DAQUI

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créditos autorais: Era Uma Vez a Revolução, fotos de James Anhanguera; bairro La Victoria, Santiago do Chile, 1993 ... A triste e bela saga dos brasilianos, Falcão/Barilla: FotoReporters 81(Guerin Sportivo, Bolonha, 1982); Zico: Guerin Sportivo, Bolonha, 1982; Falcão Zico, Sócrates, Cerezo, Júnior e seleção brasileira de 1982: Guerin Sportivo, Bolonha, 1982; Falcão e Edinho: Briguglio, Guerin Sportivo, Bolonha, 1982; Falcão e Antognoni: FotoReporters 81, Guerin Sportivo, Bolonha, 1981.


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