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um cibercordel

 

   revoluciomnibus.com  OU A POÉTICA DA LUZ DO SERTÃO    

ciberzine   & narrativas de james anhanguera

duna

   do por do sol

     

               uma série revoluciomnibus.com que inclui

                                                                                   

 

                 Os Sertões               Euclides da Cunha & Os Sertões

                   O triste e belo fim de Joana Imaginária & Antônio Conselheiro

 Canudos Hoje: Tendão dos Milagres X O Amuleto de Ogum   

  TRISTERESINA  

      BANGUE-BANGUE

      NA  TERRA DO SOL

 

           

           duna 

   do pôr do sol

Coriscos & Dadás Lampiões &  Marias Bonitas

  Até calango pede sombra  

 

GLAUBER ROCHA OU A POÉTICA DA LUZ DO SERTÃO NO CINEMA NOVO BRASILEIRO  

 

A INDÚSTRIA 

DA SECA

 

No Pátio dos Milagres do Padim Ciço

O triste e belo fim de Joana Imaginária & Antônio Conselheiro

INDISSECA

   índice remissivo

 

        cibercordel

        DO  MAIOR VIVEIRO CULTURAL 

                 DO BRASIL E UMA DAS REGIÕES   

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               HISTÓRIA       GEOGRAFIA        E

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    duna

   do por do sol

 

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TURISMO È A NOSSA PRAIA SELVA SERTÕES HISTÓRIA

 

O Nordeste arborizado, exótico e suculento. Eloquente. Carnal.

Carne de caju.

   Ao lado do sertão do Cariri no Rio Grande do Norte e Ceará ou do sertão de Pernambuco no litoral das Alagoas.

Às vezes a distância entre os macroecossistemas nem é tão grande e um e outro estilo de vida quase se confundem. Até porque as capitais estão cheias de retirantes do semiárido.

 

De lá dá até para arriscar uma visão totalmente diferente do sertão:

 

    Um roteiro alternativo do sertão pode sim deixar uma ótima impressão ainda que passando ao largo da bela costa – a caatinga tem lá a sua beleza que foge aos padrões tradicionais, como no Rio Grande do Norte e na Paraíba Paraíba.

 

O trajeto de alto a baixo é de quase dois mil quilômetros.

O turista acidental na caatinga poderá experimentar por exemplo o fruto do cacto xique-xique ou ter o prazer de andar driblando as urtigas.

Coisa de pilombeta - peixe piquitito que vem nas redes dos pescadores junto com os mais graúdos.

 

 

Siri no litoral, pitu no interior – o próprio camarão não é igual.

No litoral homens pescam e desenham cenas de litoral com areia multicolorida em garrafas e mulheres fazem renda para redes e toalhas e renda de bilros, uma tradição portuguesa.

O litoral, como ensina o seu cantor Dorival Caymmi, tem também lá as suas mágoas de tragédias de jangada, que talvez por culpa do cantor parecem até mais doces.

As velas do Mucuripe vão sair para pescar, vou levar as minhas mágoas pras águas fundas do mar, hoje à noite namorar sem ter medo da saudade e sem vontade de casar. Minha jangada vai sair pro mar, vou trabalhar meu bem querer. Se Deus quiser quando eu voltar do mar um peixe bom eu vou trazer Meus companheiros também vão voltar e a Deus do céu vamos agradecer.

 

Canções da para todos os efeitos doce vida praieira porque

    O mar

quando quebra na praia

    é bonito

é bonito

 

Aqui o mar só vira sertão quando a jangada vira, psicodrama de qualquer litoral, ou melhor, se alguma vez o pintor Caymmi pintou uma cena do gênero.

     Embora (primeiro senão) a qualidade da água da baía de Todos os Santos, com a recente industrialização, tenha caído ao nível da observação do auto-exilado filho mais velho de Dorival, Dori Caymmi: Fico aqui em Los Angeles sonhando com um Brasil cheiroso que não existe mais.  

Gilberto Freyre discorreu sobre o alto contraste entre o litoral - onde nunca deixa de haver uma mancha de água: um avanço de mar, um rio, um riacho, o esverdeado de uma lagoa – e os sertões de areia seca, rangendo debaixo dos pés; paisagens duras doendo nos olhos; das figuras de homens e de bichos se alongando quase em figuras de El Greco.

 Natal For All

Natal For All. A civilização à beira mar em contraponto com a do sertão – a parte oculta, ou no mínimo muito obscura, do  ideal do Brasil por concluir: incluir o sertão econômica e culturalmente no país. Linguajar da Bahia litorânea: vida muito mais doce - e loquaz como de resto os interioranos Glauber Rocha e Waly Salomão, strombolis humanos.

Terras de altos contrastes no país dos mais altos contrastesparaísos tropicais – cajazeiros e cajueiros, praias com coqueirais, dunas, lagoas e ilhas, muita água & água de coco, comida muito variada de peixes e frutos do mar a carne seca e farinhas do sertão, qualquer coisa-com-jerimum, doce de jerimum e de frutas exóticas.

  ...  

Seca, exploração de gente pobre, políticos populistas, mesmos discursos, maracutaias de sempre se refletem nas capitais.

As mesmas estruturas arcaicas, concentradoras, atrás dos vidros fumê dos prédios modernos sobre o mar, na frente do favelão construído em volta e nas periferias. Ou ao lado do centro, como a Brasília Teimosa de Recife.

Capitais, favelões, vistos do alto, luzes foscas da iluminação pública, outro tipo de desolação, insolação e solidão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Natal For All

Fortaleza, Ceará

 

 

... Rio Grande do Norte, Sergipe, Ceará, Pernambuco e Alagoas 

Rio Grande do Norte, Sergipe, Ceará, Pernambuco e Alagoas. O Nordeste é a meca do turismo brasileiro. As novas Antilhas, se bem que ainda com menos de dois milhões de visitantes estrangeiros por ano. Rio Grande do Norte – Pipa, a melhor de todas e uma das mais bonitas praias do Nordeste, a 80 km de Natal, e Genipabu, no município de Estremoz, aqui não às margens do mar da Espanha, como no Alentejo em Portugal, mas do Atlântico sul, quase na ponta mais oriental do Brasil. Que está em Natal for all com seu Forte dos Reis Magos, edificação pentagonal iniciada em 1598.

 

Além de sol (2,8 mil horas/ano) o Nordeste tem  história – eis o slogan da região.

    E que história. 

Recifes formam grandes piscinas naturais de Pernambuco para norte, lavouras de coco que se estendem por até 20 km criando belo contraste com a paisagem de coqueiros e cajueiros. Imagine-se o estupor quando Duarte Coelho aportou em Itamaracá. Veja-se o espanto ao avistar Ólinda há quinhentos anos de lindas igrejas e terraços sobre a colina com árvores multifrutíferas de inúmeras proveniências.

 

            OoooooooooooOLINDA!

               JARDIM ENTRE AS COLINAS

OLÍMPIA TROPICAL DESCANSA O ANO INTEIRO DE UM MÊS DE FOLIA

 A antiga Vila de Olinda, hoje com 480 anos, foi cercada por bairros-dormitórios construídos no último meio século a partir de programas de moradia popular do governo federal onde hoje vivem meio milhão de pessoas. Pressionadas pelas carências dessa vasta comunidade as prefeituras dizem não ter condições de preservar os monumentos e evitar a ruína total do seu sítio histórico.           

   Nele estão 22 igrejas, dez conventos, seis capelas, sete "passos" (nichos alusivos à Paixao de Cristo) e três bicas, rodeados por um faustoso casario que remonta aos primórdios da era colonial e onde moram famílias de classe media e profissionais liberais, entre os quais muitos artistas.

Dez dos 40 quilômetros quadrados do centro histórico de Olinda foram tombados pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) em 1982 e transformados no maior sítio histórico e paisagístico brasileiro. Como em muitos outros exemplos espalhados pelo mundo e uma dezena de sítios históricos brasileiros tombados pela Unesco a honraria ficou por isso mesmo. Quem sobe e desce as ladeiras de Olinda no resto do ano não imagina a loucura que delas se apossa no período de carnaval, um dos mais belos e animados do mundo. O ar, refrescado pela brisa mansa do litoral de Pernambuco, parece impregnado do silêncio das pedras que compõem a paisagem arquitetônica, o recorte dos balcões mouriscos em perfeita harmonia com o verde exuberante da mata de árvores tropicais e mediterrânicas e com o brilho do mar, verde ou azul, dependendo da profundidade. O que nasceu primeiro, a vila ou o verde? -  perguntam-se os moradores, repetindo um jargão antigo sobre os encantos do seu jardim entre as colinas. Coqueiros, caramboleiras e pitangueiras misturam-se com nogueiras e outras árvores de origem européia e a vegetação com igrejas e capelas nos estilos maneirista, neoclássico, barroco e rococó, solares e sobrados construídos sobre ladeiras, becos e praças com traçado do século 16 e o horizonte azul e verde ou panoramizando ao fundo os canais de Recife, não a Veneza brasileira, a seis quilômetros de distância.

   Oh! Linda situassam para se construir uma vila - exclamou, segundo a lenda, o primeiro donatário da capitania de Pernambuco, Duarte Coelho Pereira, quando aqui chegou vindo de Itamaracá em busca de um lugar para fundar a capital de sua empresa.    No Alto da Sé - uma das sete colinas da pequena Olímpia tropical - o donatário mandou erguer a primeira igreja de Olinda, inaugurada em 1537. E a seu lado construiu o seu palácio.

Duarte Coelho tinha ordens precisas do rei d. João III: explorar a costa brasileira, expulsar os intrusos, fundar vilas e promover a construção de engenhos de cana para "fazer açúcares". Entre as colinas da então Marim dos Caetés Coelho lançou a pedra fundamental da "nova Roma dos bravos guerreiros" ali mandados para implementar a cultura do "ouro doce".

Olinda parece adormecida em cama de rede em qualquer tarde preguiçosa do resto do ano mas tudo muda duas semanas antes do carnaval.

A população pinta as fachadas das casas com motivos alusivos à quadra e noite e dia sobe e desce as ladeiras entre os Quatro Cantos, atrás de blocos, troças e caboclos. Populares e gringos dançam ao ritmo do frevo e do maracatu sob a égide dos gigantones, ou zés-pereiras, oriundos do entrudo português. Com mais de 300 agremiações participantes o carnaval de Olinda ainda prima pela espontaneidade e todos os anos seu centro histórico trepida com a empolgação da população da cidade e da periferia e 300 mil forasteiros, tomados pelo frenesi do demo em quase um mês de folia.

  Só uma lei extraordinária vigora na quadra: 70% do repertório das bandas musicais deve ser composto de musica pernambucana - frevos, maracatus e dos caboclinhos. 

Finda a folia alguns donos nem se dão ao trabalho de tirar das fachadas das casas os letreiros com o anúncio Aluga-se para o carnaval. Olinda vive quase exclusivamente em função dele e do imposto predial. Uma vez passeando por lá, entre um "passo" da Paixão de Cristo e outro ou entre um passo de frevo e outro mesmo, pode-se talvez ver a silhueta de Alceu Valença recortada no fundo da sala de uma casa do epicentro da villa pela luz do sol da manhã olindense ou olindiana. Esse "núcleo duro" tem a maior proporção de artistas por metro quadrado no Brasil: levantamento de 2008 da revista veja, de São Paulo, revelou que ali 203 artistas trabalham em 120 ateliês em 1200 metros quadrados.  O sucesso da cultura de "ouro doce" em Pernambuco nos alvores do século XVII atiçou a cobiça da Companhia Privilegiada das Índias Ocidentais. Conquistadas Olinda e Recife em 1630 os calvinistas holandeses puseram fogo a Olinda e instalaram sua capital em Recife. Apenas dois edifícios não foram danificados. Um dos monumentos atingidos pelo grande incêndio foi o Real Colégio dos Jesuítas, o primeiro seminário jesuíta do Brasil, que após a expulsão da Companhia de Jesus dos territórios da Coroa foi administrado por franciscanos e carmelitas.

Dali se expandiram pelo Brasil os ideais iluministas das  revoluções americana e francesa.

Na década de 1960 o edifício, situado no alto de uma colina, era conhecido como a Igreja Vermelha. Era o ponto de encontro das chamadas "lideranças populares" e do clero dito progressista de Pernambuco em torno do arcebispo de Olinda e Recife, dom Helder Câmara. "Mal com Olinda por amor do Recife, mal com o Recife por amor a Olinda!", escreveu Francisco Brito Freire, o restaurador da "Nova Lusitânia" que expulsou os holandeses em 1654. Pela expressão vê-se a sinuca de bico em que se meteu. Após a restauração a corte portuguesa devolveu a sede da província à cidade das colinas e a questão da capital pernambucana ainda faria derramar sangue. No pátio do Convento dos Franciscanos, de 1576 e o primeiro da ordem no Brasil, os azulejos portugueses do século 18, com flashes de passagens bíblicas e da vida de santos, reflete o esforço dos católicos para apagar as idéias da reforma difundidas pelos batavos e purificar os locais profanados pelos protestantes.

O inchaço demográfico provocado pelas vilas populares, que fizeram com que Olinda seja a segunda cidade brasileira com maior densidade populacional, provocou outro tipo de emergência.

  Só a Igreja do Convento do Carmo, do século 16, já consumiu mais de um milhão reais por conta da infiltração de água e falta de estabilidade do solo.  A restauração e conservação das relíquias dos primórdios da colonização do Brasil em Olinda exigiriam um investimento de emergência de 60 milhões de reais, mas os seus governantes dizem não ter dinheiro nem para evitar sua ruína total porque precisa de acudir os bairros de população carente.

Como o de Ouro Preto e outras cidades históricas de Minas Gerais o casario de Olinda é mantido pelos moradores. Mudanças no interior das casas são vigiadas pelo Conselho de Preservação do Patrimônio da prefeitura. Enquanto isso cupim, goteiras, infiltrações e deslizamentos carcomem o patrimônio, que como o de outros sítios históricos brasileiros padece da falta de uma política de preservação dos parques arquitetônicos e da falta de recursos da Unesco.

   Além período de carnaval a maior parte dos turistas que a visitam chegam e partem no mesmo dia - Olinda é apenas uma cidade-museu. Cidade-cenário. Cidade morta. Em dias de semana o ambiente é o de uma cidade-dormitório quase sem vida que carece de espaços culturais para o escoamento da produção artística e como os bairros favelados da periferia também tem esgotos a céu aberto, ruas e becos sujos e falta de iluminação.

Como tanta outra coisa no Brasil parece um milagre ver ainda de pé o que restou da sede da empresa de Duarte Coelho.

 

Nassau: Mauritzstadt .......... Pernambuco: Porto de Galinhas........... Recife e Olinda

Em Recife não deixará de haver quem tente convencê-lo a dar um mergulho na maior atração balnear de sempre em Pernambuco: Porto de Galinhas. O Nordeste tem história e em Recife e Olinda com holandeses entre os protagonistas. É deles a traça elegante da Amsterdã dos trópicos, Cidade-Estado de Maurício de Nassau: Mauritzstadt. Expulsos de Pernambuco os judeus da corte batava foram fundar a sua Nova Amsterdã na ilha de Manhantã. Depois de inventar a lenda do boi voador.

um touro na Ilha de Lençóis, nos Lençóis Maranhenses... Maragogi, Alagoas

 

Lenda de rei d. Sebastião que incorpora um touro na Ilha de Lençóis, nos Lençóis Maranhenses. Tem boi de norte a sul no Brasil, assinalou Mário de Andrade já em priscas eras. Maragogi, quase 10 km de praia em Alagoas: passeios a cavalo, fazendas coloniais e os antigos engenhos, buggy, mini-buggies (bugres ou bugrinhos) e outros meios de locomoção: jet skis, windsurf, barcos da classe laser, lanchas, vôos de ultraleve, jangada, doçura e prazer e muita diversão nas praias do Nordeste.

       Ceará - terra do sol, rendas de bilros, areia multicolorida usada por artesãos que criam típicas paisagens e desenhos em garrafas de vidro.

 

 

 

 

 

 

 

Jericoacoara

duna

 do por do sol

duna

do por do sol

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ceará mar verde e esmeralda, 573 km de praias, Combuco e Jericoacoara a 320 km de Fortaleza propagandeadas até através da telenovela Tropicaliente em 1994 quando o tandem Tasso Jereissati-Ciro Gomes quis fazer dele o quinhão mais apetecível do caribe brasilenho. Reza a propaganda: o Nordeste está cada vez mais Caribe.

Jericoacoara

coase na fronteira com Piauí e Maranhão com dunas e falésias e coqueiros bem no meio dos cactos dando idéia de se estar num grande oásis no deserto do Saara, sem luz (o que aqui é luxo)- a praia mais exótica do Brasil, com sua duna do barato: duna do pôr do sol, com 30 metros de altura

Jeri - jacaré Coacoara- dorme

onde jacaré dorme desde 1984 área de proteção ambiental, sem prédios nem casas altas e é proibido instalar tenda na praia.

Mas o Ceará tem também sua Búzios ou Arembepe. Canoa Quebrada, a preferida dos hippies nos anos 1970, tem dezenas de pousadas, restaurantes e lojas. Tem até um sebo multilíngue delux.

São Luís e Maranhão – o Nordeste tem história.

A ilha de São Luís não tem nada a ver com a de São Luís de Paris. É portuguesa mesmo. Em certos trechos parece sucedâneo de bairros lisboetas da mesma época.

Em 1966 José Sarney concorria às eleições para o que seria o seu primeiro governo do estado. Glauber Rocha foi contratado para fazer o filme da campanha. Enquanto o lídimo representante da oligarquia de buritis e carnaúbas fala para uma multidão a câmera mostra os corredores escuros e aparentemente fétidos das habitações degradantes do centro da cidade.

Em termos políticos e econômicos no último meio século a história de São Luís tem sido a da resistência de boa parte da população da capital do reggae no Brasil aos Sarney.

O Maranhão tem história de revolta, como a dos balaios ou Balaiada, cuja origem foi assim contada pelo cantor de Suspiros Poéticos e Saudades, Domingos José

Gonçalves de Magalhães:

            - Muitos dos Srs. Fazendeiros, à imitação dos antigos barões, vivem sem respeito algum às autoridades, vingando-se por suas mãos de particulares insultos, e acoutam em suas terras os fascinorosos que buscam o seu abrigo e que em tudo se prestam às suas vinditas. De tal gente se escoltam e se fazem temíveis, e tão fácil lhes é ordenar um assassinato, como o negar uma dívida, ou ao menos não pagar aos credores, os quais por sua vez, se podem, não duvidam empregar os mesmos meios para haver os seus bens. Esta é a gente que incitada nos fez a guerra, é ela a que compôs o exército da rebeldia.

     Vai para 200 anos e o que mudou? – veja-se Tristeresina, Brasil, Piauhy; seguem sendo pasto fértil de bumbas-meus-bois e balaiadas.

 

O Maranhão tem história. Alcântara, onde foi erguido o primeiro pelourinho do Brasil. São Luís do Maranhão, Lençóis Maranhenses a sete horas de São Luís, mares de baleias e tubarões. Palmares de buritis e carnaúbas. TrisTeresina capital do Piauhy. Rio Parnaíba, 1485 km de extensão, na divisa do Piauí com o Maranhão, perto do litoral, abre-se em cinco braços formando um dos três maiores deltas em mar aberto do mundo. Piauí, Parque Nacional da Serra da Capivara – Vale dos Dinossauros – arqueologia – animais – 600 sítios arqueológicos. Oligarquias político-econômicas do Nordeste poderiam ser incluídas num outro ramo da arqueologia e da paleontologia. Pegadas de tyrannosaurus rex, pterodátilos e iguanodontes, além de outras jóias paleontológicas espalham-se até os estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba e Ceará em sítios arqueológicos e paleontológicos. Formações geológicas inusitadas no Vale dos Dinossauros, Paraíba, e no município de Ingá precioso monolito de 24 metros coberto de inscrições estava sendo quebrado para fazer paralelepípedos.

Piauí

tiranossaurus rex, pterodátilos e iguanodontes

Rio Grande do Norte e da Paraíba e Ceará


Se
rgipe  

 Sergipe, o menor estado brasileiro, 163 km de praias - Aracaju, São Cristovão, a primeira capital, terra das queijadinhas e a foz do mítico Vaza Barris, que lá pelas tantas, na Bahia, foi sangradouro da guerra do Arraial do Santo Conselheiro. Muito pilombeta também  em  Sergipe.

 

 

 

 

 

Salvador skyline visto da ilha de Itaparica

 

 

Bahia. Mais de 700 quilômetros de praia e de história. De alto a baixo. De onde se chega ao Brasil por um atalho, Jorge Amado e sua Tieta do Agreste do Mangue Seco e por aí abaixo quanta estória e histórias, praia do Forte, Arembepe que também deveria ter sido inscrita na obra do Amado Jorge se ele tivesse ido além do começo do tão falado Bóris o Vermelho e Salvador das 3(que sejam)65 igrejas, do Pelô e seu Olodum & suas festas da benção das terças-feiras de todo o ano, dos restaurantes célebres onde se entra e sai com água na boca, do mar da cor dos olhos de Caymmi, do peixe vermelho no Rio Vermelho, de praias sim, A-ma-ra-li-na na re-cor-da-ção, Itapuã mitológica dos mitômanos Caymmi e Vinícius de Moraes – cujo mar hoje é um lixo -  das suas pedras-de-negro, de negros tão bem estudados por Pierre Verger e Risério.

Só pelas suas pedras e ruas se compreende a História do Brasil, só ela permite compreender como de Portugal nasceu o Brasil, anotou Stefan Zweig em Brasil, País do Futuro, onde o romancista e biógrafo austríaco define a velha Salvador como um santuário de civilização.   

No fulgor do ouro da fase final do barroco vi anjos românicos e sereias orientais despontando dos capitéis, descreveu Umberto Eco em O Pêndulo de Foucault o choque causado pela ourama que cobre paredes e teto da igreja de São Francisco – a igreja do ouro.

  

Na colina mais alta sobre o porto nasceu um mundo português adoçado pelo negro, segundo Jorge Amado, e que por três séculos seria o fulcro do triângulo afro-luso-brasileiro, com uma cultura própria, mestiça, essencialmente popular - o resto é barro sem esperança de escultura, segundo o antropólogo Antônio Risério.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A África está toda aqui: no dengo das gentes e em suas carências. ...                 Para todo o litoral do Nordeste, como para Salvador, vale a síntese de Claude Lévi-Strauss de 1955 para suas impressões de São Paulo na década de 1940 de decadência antes do apogeu. A Bahia da magia, do feitiço e da fé, cidade e praias caymmianas, ficou nos anais como suas canções e as novelas do compadre Jorge Amado – que já fotografava a sua realidade no tempo de Lévi-Strauss em Sampa com lentes bastante críticas, como no óbvio ululante Capitães de Areia. Vale para duna do barato do pôr do sol olhar também para – atrás dela, além das estradas litorâneas – o lado Tristeresina do transe de miséria trisnordestina. Pindaíba total.

As mesmas estruturas arcaicas, concentradoras, atrás dos vidros fumê dos prédios modernos sobre o mar, na frente do favelão construído em volta e nas periferias. Ou ao lado do centro, como a Brasília Teimosa de Recife.

Capitais-favelões, vistas do alto, luzes foscas da iluminação pública entre casebres, outro tipo de desolação, insolação e solidão: mar sem fim de desolação em torno aos casulões de arranha-céus dos que vivem com vista para o mar. E para comer o misto quente que o diabo amassou, na falta de opções, a garotada litorânea cai no turismo sexual.

     Basta pensar um pouco, reflete Antônio Risério num livro por ironia chamado Caymmi: Uma Utopia de Lugar, que é também de despedida da Bahia de Caymmi: Por conta da industrialização baiana, perigosamente colada ao mar, o da Bahia de Todos os Santos se transformou em depósito de metais pesados e produtos petroquímicos. Com o inchamento demográfico e o descaso governamental, as praias estão sujas, superlotadas, prostituídas. Itapuã (...) é um esgoto só. O mar, quando quebra na praia, é um lixo.      E o próprio autor baiano admira-se que os dolorosos descompassos sociais não consigam diminuir a alegria do povo que aí vive (a Bahia impressiona pela sua miséria e pelo sua risada).  

Dá para rir também e seguir viagem?

Seguindo viagem então já no mítico Morro de São Paulo de outros bons tempos começa-se a contemplar o sul de uma longa história, as do ciclo do cacau de Ilhéus e Itabuna e as da chegada de Cabral ao Museu Aberto do Descobrimento onde viu as índias descobertas por Colombo de Trancoso ao Arraial d’Ajuda até o Porto Seguro em que, quem sabe, como nas Piatãs da Bahia, quando menos se espera, ao morder a carne branca suculenta de um caranguejo cozido no tempero, chega-se um violeiro entoando uma melopéia em sextilha ou estoura o som de giga-alto-falantes com um samba duro ou um axé. Como brindava Vinícius.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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